quarta-feira, 13 de abril de 2011

A TRANSFORMAÇÃO DA MULHER

   Hera vivia sendo cobiçada por Zeus. O senhor do Olimpo quis levá-la para a cama, mas ela negou fogo. Zeus então se transformou num pássaro indefeso, que Hera envolveu para dar calor. Nesse momento, Zeus retomou sua forma original e a violou. Hera se casou com o irmão por pura vergonha. Ninguém precisa ser oráculo para adivinhar que a união não foi feliz. O casamento virou o protótipo da monogamia - para ela, claro, pois ele continuava insaciável. Tanto fez que sua doce mulher acumulou um ciúme patológico. Não bastasse ter ficado fora da divisão do Universo, Hera sofria com as escapulidas do marido. Virou uma mulher astuta e manipuladora, embora sempre se mantivesse fiel. Por isso tornou deusa da família e do ciúme.
   Com medo do raio do marido, Hera nunca o enfrentava diretamente. Preferia armar golpes e intrigas. Foi assim com o bebê Héracles (Hércules) , filho de Zeus com Alcmena - esposa de Anfitrião, rei de Tebas. Hera mandou colocar serpentes no berço do bebê logo depois do parto. Mas o pequeno estrangulou as víboras. Não é à toa que se tornaria o mais célebre herói da mitologia clássica. Mas ciúme, mesmo, Hera sentia de Apolo - filho de Zeus com a amante Leto. Não bastasse a pinta de galã, o garoto manejava arco e flecha e ainda tocava uma lira de 7 cordas nos banquetes dos deuses. Para conquistar a ninfa Dríope, ele se transformou em tartaruga. A donzela colocou o animal sobre o peito e levou um susto ao vê-lo se transformar numa serpente, que a penetrou. Apolo se apaixonou até por um homem: Jacinto, cortejado também pelo poeta Tamiris. Para se livrar do poeta, Apolo disse às Musas que o concorrente se gabava de cantar melhor do que elas. Vingativas, elas lhe retiraram a voz, a visão e a memória para tocar harpa. Foi o fim de Tamiris. Mas o Vento do Oeste também se apaixonou por Jacinto e sentiu ciúme de Apolo. Num dia em que o deus ensinava o jovem a lançar um disco, o Vento do Oeste agarrou o objeto em pleno voo, lançou-o de volta contra o crânio de Jacinto e o matou. De seu sangue, então, nasceu a flor que leva seu nome.

sábado, 5 de março de 2011

ÁGUAS RAIVOSAS

   Zeus e Afrodite eram temperamentais, é verdade. Mas pareciam bichos de pelúcia se comparados a Posêidon, o senhor dos mares. Quando a humanidade o irritava, ele chacoalhava o tridente com tanta força que produzia maremotos e inundações. A verdade é que Posêidon nunca se sentiu muito satisfeito com o reino das águas, e por isso tinha uma relação complicada com Zeus. Assim como o irmão, seu apetite sexual era infinito: vivia atrás de ninfas, sereias e humanas, mas finalmente aquietou o facho ao se casar com a nereida Anfitrita. O casório foi complicado. Posêidon dava tanto trabalho a Anfitrita quanto Zeus a Hera. Não podia ver um rabo de saia. Quando Posêidon arrastou o tridente para a ninfa Escila, a esposa não conteve a ira; transformou a donzela num monstro marinho que tinha torso de mulher, rabo de peixe e 6 cachorros na cintura. Como sempre, sobrou para a namorada.
   Você deve estar pensando: os gregos achavam que essas histórias eram verdadeiras? Afinal, para nós elas mais parecem desvarios. Com nossa perspectiva moderna, temos muita certeza de nossas crença em um só deus. Mas, se pensar bem, nossa crença também parecia estranha a outros povos e religiões. Ou seja, é claro que os gregos acreditavam, e a crença não era ingênua. Podiam considerar a saga dos deuses como meras alegorias, mas também confiavam que tinham algo de verdade.

quinta-feira, 3 de março de 2011

OS AMANTES DE AFRODITE (final)

   O romance com Adônis começou por acaso. Belo dia, a esposa do rei Cíniras, de Chipre, disse que sua filha Esmirna era mais linda que Afrodite. A deusa não deixou por menos: fez com que a jovem se apaixonasse pelo pai e entrasse sorrateira na cama dele, quando o velho estava bêbado. Ao descobrir que seria pai e avô do futuro bebê, o rei perseguiu Esmirna até o alto de uma montanha, onde Afrodite a transformou numa árvore de mirra. Com um golpe de espada, o rei cortou a árvore em duas metades. De lá saiu Adônis.
   Arrependida da travessura, Afrodite escondeu o bebê num cofre e o entregou a Perséfone (a rainha da morte) para que o guardasse. Curiosa, Perséfone abriu o cofre e ficou tão encantada com Adônis que fez dele seu amante. Afrodite, então, pediu ajuda a Zeus, mas foi como dar um tiro no pé: ao saber que ela gostava de Adônis, o líder dos deuses se recusou a ser juiz do caso e passou a bola para um tribunal presidido pela musa Calíope. O veredicto: Afrodite e Perséfone teriam o mesmo direito sobre Adônis - uma por tê-lo parido e outra por tê-lo salvado. Assim, a juíza dividiu o ano em 3 partes. Adônis passaria uma delas com Afrodite, a outra com Perséfone, e na terceira poderia descansar das deusas insaciáveis. Ofendida, Perséfone reclamou com Ares, dizendo que sua amante secreta Afrodite queria trocá-lo por um reles mortal. Ares ficou indignado. Tomou a forma de javali e matou Adônis com uma chifrada enquanto o jovem caçava. Do sangue do seu mancebo brotaram anêmonas, e sua alma descendeu ao Tártaro.
Adônis e Afrodite

quarta-feira, 2 de março de 2011

OS AMANTES DE AFRODITE

Príapo
   Lembra-se que Cronos jogou os genitais de Urano no mar? Seu sangue gerou ninfas, gigantes e as furias, e seu sexo virou uma espuma branca, de onde surgiu Afrodite, a deusa do amor, do desejo e da sexualidade. Sedutora, ciumenta, cheia de amantes, Afrodite era tanto a personificação do amor como da beleza, e devolvia esses atributos a quem a venerava. Ela se casou com Hefesto (deus do fogo tido como um dos mais feios do panteão grego) e lhe foi eternamente infiel. Não hesitava em roubar amantes e tinha ciúme de quem desafiasse sua formosura. Com Hermes (deus do comércio), Afrodite deu à luz Hermafrodito, que tinha os dois sexos - daí o termo que se usa hoje na medicina. Afrodite foi para a cama com Ares (deus da guerra) e Dionísio (deus do vinho e do delírio), além do príncipe troiano Anquises. Mas sua grande paixão foi o jovem bonitão Adônis, com quem teve 3 filhos: dois lindos mortais e um imortal feioso, chamado Príapo - tão promíscuo que os deuses barraram sua entrada no Olimpo. Príapo batizou um distúrbio da sexualidade que existe até hoje. (continua)
                                                              
                                                                       Hermafrodito

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

CALL OF DUTY BLACK OPS (postagem completa)

   Call of Duty: Black Ops é um jogo de tiro em primeira pessoa desenvolvido pela Treyarch, editado pela Activision e lançado mundialmente em 9 de novembro de 2010 para as plataformas Microsoft Windows, Xbox 360, PS3, Wii e Nintendo DS. Anunciado em 30 de abril de 2010, o jogo é o sétimo capítulo da série Call of Duty, e o primeiro situado durante a Guerra Fria. É o terceiro da série a ser desenvolvido pela Treyarch, sendo uma sequência direta de Call of Duty: World at War.
   Nas primeiras 24 horas de lançamento, o jogo vendeu mais de 7 milhões de unidades, sendo 5,6 milhões nos Estados Unidos e 1,4 milhão no Reino Unido, batendo em aproximadamente 2,5 milhões de cópias o recorde alcançado por seu predecessor, Modern Warfare 2.

   Visão Geral

   Black Ops é um jogo de tiro em primeira pessoa. O jogador assume o papel de um soldado de infantaria que pode manejar diversas armamentos (sendo capaz de carregar consigo apenas dois de cada vez), lançar granadas de mão e outros explosivos, e utilizar vários tipos de equipamento como arma. Ao aproximar-se perto o bastante de um inimigo, é possível esfaqueá-lo. O personagem pode ficar em três posições: de pé, agachado e deitado; cada uma delas afeta o nível de movimentação e a mira no disparo das armas de fogo. Para indicar o nível de ferimentos infligidos ao personagem, a tela fica gradativamente vermelha; a melhora na saúde faz com que a cor desapareça.

   Campanha
  
   O jogador assume o papel de diversos personagens durante a campanha single-player, mudando de perspectiva com o avançar da história. Os personagens jogáveis são agentes de forças especiais conduzindo missões clandestinas por trás das linhas inimigas. Sendo assim, cada personagem tem suas próprias características, como vozes e sombras. As missões trazem uma série de objetivos mostrados no heads um display, que marca a direção e distância a ser alcançada para cumprir cada objetivo. O jogador é acompanhado por tropas aliadas durante todo seu percurso. Embora primeiramente um jogo de tiro em primeira pessoa, o jogador pode também pilotar um helicóptero Mil Mi-24 e guiar tropas a partir de uma aeronave de reconhecimento SR-71 Blackbird A campanha apresenta diversos momentos roteirizados em estilo cinematográfico, como por exemplo na missão "Victor Charlie", quando um tiro disparado contra soldados vietcongues assume um efeito bullet-time.

   Multiplayer

   O módulo multiplayer online de Black Ops geralmente gira em torno de duas equipes envolvidas em uma missão específica. Em "Team Deathmatch", por exemplo, a equipe com maior placar de mortes vence, enquanto em "Capture the Flag", os jogadores devem tomar as bandeiras da equipe adversária e levarem-as a sua própria base. Em complemento, há o módulo "Free For All", no qual os jogadores não são dispostos em equipes, jogando individualmente. Sem incluir as fases extras disponíveis para download, há 14 mapas diferentes.

   Zombies

   O jogo traz também um módulo cooperativo intitulado "Zombies", cujo propósito e lutar contra uma invasão de zumbis. Projetado inicialmente para World at War, foi retrabalhado para ser incluído em Black Ops. No mapa "Five", os jogadores assumem os papéis de John F. Kennedy, Richard Nixon, Robert McNamara e Fidel Castro. Há também um mapa baseado no jogo original, chamado "Kino Der Toten" (Teatro da morte em alemão). Esta fase apresenta os personagens de World at War — Edward Richtofen, Tank Dempsey, Takeo Masaki e Nikolai Belinski.

   Personagens e ambientação

   Call of Duty: Black Ops é situado na década de 1960, durante o auge da Guerra Fria. A história é focada nas divisões Special Activities Division(SAD) e Studies and Observation Group (SOG) da CIA, que atuam clandestinamente por trás das linhas inimigas. Suas missões ocorrem em diversas partes do mundo, como Cuba, Laos, Vietnã e Monte Urais, na Rússia central. A campanha single-player gira em torno de uma arma química experimental soviética denominada "Nova-6".
   O jogador controla primariamente Alex Mason, agente das forças especiais da SAD/SOG, e ocasionalmente Jason Hudson, assim como outros personagens. Mason trabalha com frequência com Frank Woods e Joseph Bowman, enquanto Hudson forma equipe com Grigori Weaver, um agente de campo russo. O jogo marca o retorno de Viktor Reznov, personagem chave na campanha soviética de World at War — juntamente com seu protagonista Dimitri Petrenko, que aqui faz uma breve aparição. Black Ops apresenta diversas figuras históricas: Mason encontra John F. Kennedy, Robert McNamara e Fidel Castro.

   Enredo

   Em 25 de fevereiro de 1968, Alex Mason, agente da SAD/SOG, está preso a uma cadeira em uma sala de interrogatórios. Sem saber onde está, ele é bombardeado por seus captores ocultos com perguntas sobre a localização de uma emissora de números. As técnicas usadas no interrogatório começam então a provocar uma série de flashback em Mason.
   É 1961, e Mason, Woods e Bowman tentam assassinar Fidel Castro durante a invasão da Baía dos Porcos. Mason aparentemente é bem sucedido em cumprir a missão, mas a retirada de sua equipe dá errado, e ele é forçado a ficar para trás e proteger o avião em fuga de seus companheiros. Ele é capturado por Castro, que revela que seu sósia é que fora assassinado. Em decorrência de uma aliança com a União Soviética, Castro entrega Mason ao General Nikita Dragovich. Mason é imprisionado no gulag de Vorkuta por dois anos. No cárcere, ele faz amizade com Viktor Reznov, ex-soldado do Exército Vermelho. Reznov revela a Mason a identidade daqueles envolvidos em sua prisão e subsequente tortura: Dragovich, Lev Kravchenko (seu braço direito) e Friedrich Steiner, um ex-cientista Nazi que desertou para a União Soviética. Todos os três compartilham uma ligação com Reznov: em outubro de 1945, Reznov, Dragovich, Kravchenko e Dimitri Petrenko integraram uma equipe enviada para localizar Steiner, escondido com uma unidade das SS no Círculo Polar Ártico. Durante a operação, Reznov é traído por Dragovich, que usa a criação de Steiner, um gás conhecido como "Nova-6" em Petrenko. Reznov é poupado do mesmo destino quando comandos britânicos atacam os russos. Durante a confusão, ele destrói o Nova-6 que, no entanto, é posteriormente recriado para os soviéticos por Steiner e um cientista britânico chamado Daniel Clarke. Pouco depois, Reznov é detido em Vorkuta. Ele e Mason dão início a uma rebelião de presos, mas apenas este último consegue escapar do local.
   Um mês depois, o presidente John F. Kennedy autoriza o assassinato de Dragovich. Em novembro de 1963, Mason, Woods, Bowman e Weaver são despachados para o Cosmódromo de Baikonur na Republica Socialista Soviética Cazaque para sabotar o programa espacial soviético e eliminar os integrantes do projeto "Ascensão", antigos cientistas nazistas cooptados pelo regime soviético. No começo da operação, Weaver é capturado e torturado por Kravchenko, mas Mason e sua equipe conseguem libertá-lo, destruindo nesse meio tempo a nave espacial Soyuz. Dragovich escapa da morte, fazendo com que Mason fique em seu encalço pelos cinco anos seguintes. Em 1968, o MACV-SOG é estabelecido no Vietnã para investigar a presença de tropas soviéticas. Após defender Khe Sanh, o SOG é posicionado em Huê durante a Ofensiva do Tet para recuperar um dossiê com informações sobre Dragovich fornecidas por um desertor russo. A equipe recupera o documento enquanto Mason encontra Reznov, que revela ser ele a fonte. O SOG segue então para Laos para interceptar um carregamento de Nova-6 transportado por um avião soviético abatido. No local da queda, eles são subjugados pelas levas de soldados vietcongues e da Spetsnaz, sendo eventualmente capturados. Mason e Reznov escapam, mas Bowman é executado e Woods morre em uma explosão junto a Kravchenko.
   Enquanto isso, Hudson e Weaver interrogam em Kowloon o dr. Daniel Clark, o engenheiro que estabilizou o Nova-6. Clark identifica Steiner como parte da conspiração, revelando a localização de uma base secreta no Monte Yamantau antes de ser morto pelos homens de Dragovich. Hudson e Weaver seguem para o local para destruir a base e capturar Steiner. Durante a missão, Hudson recebe um transmissão de Steiner solicitando que o encontre na Ilha Vozrozhdeniya, no Mar de Aral, para saber como interromper uma transmissão de números que mandará instruções para agentes em prontidão lançarem o gás Nova-6 em cidades americanas. Nesse meio tempo, Mason e Reznov estão a caminho da ilha para assassinar Steiner. No presente, Mason afirma veementemente que foi Reznov que executou Steiner, apesar de Hudson ter testemunhado Mason atirar contra o cientista. Neste ponto, Hudson e Weaver revelam-se como os interrogadores de Mason. Hudson percebe que Dragovich fez uma lavagem cerebral em Mason para que ele guardasse os números da transmissão e se tornasse um agente espião soviético. Esgotadas as alternativas, Hudson liberta Mason para segui-lo. É revelado então que o Reznov verdadeiro fora morto durante a fuga de Vorkuta, e que as visões de Mason relacionadas ao russo são resultado de um transtorno dissociativo de identidade provocado pelo traumático programa de lavagem cerebral. Reznov, na verdade, reprogramara Mason para assassinar Dragovich, Kravchenko e Steiner ao invés do presidente Kennedy, o alvo original. Hudson faz Mason ouvir os números uma última vez, o que o leva a se lembrar da localização do navio cargueiro soviético Russalka, ancorado na costa de Cuba.
   Ao amanhecer, a equipe lança um ataque contra o Russalka, com Mason e Hudson infiltrando-se em uma estação de transmissão subaquática protegida pelo navio, que estava disfarçando também uma base de submarinos projetada para apoiar a invasão dos Estados Unidos após o planejado ataque de Nova-6. Confirmando que o Russalka é o emissor dos números, Hudson solicita reforços da Marinha dos Estados Unidos para bombardear o navio e sua base submarina. Mason e Hudson finalmente encontram Dragovitch nos níveis inferiores da base, e conseguem matá-lo antes da destruição do local, nadando para a superfície durante a explosão dos alvos. Enquanto volta à superfície, Mason ouve Reznov dizer-lhe que conseguiu o que ele mesmo não seria capaz de fazer. Weaver comemora a vitória, mas Mason permanece incerto, perturbado por sua última conversa com Dragovich.
   São mostradas então imagens de arquivo do presidente Kennedy em 22 de novembro de 1963, enquanto uma locutora e Mason narram números aleatórios. As imagens de arquivo são reprisadas, revelando a presença de Mason na multidão que cerca o presidente enquanto as últimas palavras de Dragovitch são repetidas, sugerindo que Mason seguiu a programação original de sua lavagem cerebral e assasinou Kennedy.